“Sou curitibana e sonhava em ser policial ou promotora desde criança. Queria, de alguma forma, atuar no combate à criminalidade. Ao final do ensino médio, prestei vestibular para uma faculdade de direito e cheguei a advogar por um tempo após me formar. Mas sentia a necessidade de um trabalho mais dinâmico e com mais adrenalina.

Resolvi, então, me dedicar aos concursos públicos para entrar para a polícia rodoviária federal. Em 2012, quando fui aprovada, já morava em São Paulo, cidade onde fui criada pela minha mãe, depois que saímos de Curitiba, e onde me casei. Poucos anos depois, meu casamento chegou ao fim e decidi me mudar para o Rio de Janeiro. A cidade logo ganhou meu coração. Não me imagino em outro lugar, sou movida a sol e água salgada.

Foi esta paixão pela natureza que me motivou a compartilhar no Instagram as fotos das minhas viagens pelo mundo. Neste momento, estou em Seychelles, na África, mas já passei pela Tailândia, México, Turquia, entre outros destinos paradisíacos. Na rede social, também posto fotos da minha rotina no trabalho, que amo e ao qual me dedico com muita devoção.

Cerca de um mês atrás uma repórter de uma agência de notícias me enviou uma mensagem perguntando se poderia fazer uma matéria na Inglaterra a respeito do meu trabalho como policial e das minhas fotos na praia. Fiquei relutante pois não a conhecia, mas acabei cedendo.

Dias depois soube da publicação no site Daily Mail. Em poucas horas, meus amigos me contaram por mensagem que a notícia havia se espalhado pelo mundo e já estava em sites brasileiros, mexicanos, norte-americanos, venezuelanos, japoneses e chineses. Foi, sem dúvida, uma grande surpresa.

Acredito que todo esse interesse se deu por conta do contraste entre a vida profissional, em que me dedico a ações de policiamento ostensivo, e privada, adoro descobrir novas praias paradisíacas e mergulhar com tubarões.

No meu trabalho e fora dele recebi diversos elogios, aos quais agradeço, e críticas, que respeito. Só não posso aturar a falta de educação e o machismo.

Sim, sou policial. Sim, sou mulher. Amo viajar, tiro foto de biquíni e não vejo inadequação alguma em postá-las no meu perfil no Instagram. São registros pessoais da minha vida em momentos de trabalho e lazer. É para isso que servem as redes sociais, certo?

Decidi não ler os comentários nas matérias que foram publicadas ao meu respeito porque, apesar de todo carinho dos meus seguidores, também recebi muitas críticas machistas. No Brasil, quase todas as mulheres usam biquíni na praia, por isso não acho que minhas fotos deveriam causar tanta repercussão. Mas resolvi não me preocupar. ‘Deixe que digam, que pensem, que falem…’

Sou policial rodoviária federal desde 2012. Amo o que faço, me dedico com muita devoção e minha postura no trabalho é extremamente profissional. Lá, nunca recebi cantadas. Algumas pessoas podem até enxergar a profissão com um olhar mais fetichista, mas, em geral, os homens ficam um tanto receosos e inseguros diante de uma agente.

O fato de ser conhecida por minha aparência física, me deixa lisonjeada e feliz. Mas a beleza se esvai e o que fica é a essência. Quem me conhece sabe que sou muito mais que um corpo ou rosto bonito.”

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